terça-feira, 3 de novembro de 2009

II Bienal de Turismo Subaquático

Decorreu durante dois dias na ilha Graciosa - Açores, a II Bienal de Turismo Subaquático dos Açores. O Evento foi muito bem organizado, apresentações de grande qualidade e muita informação interessante disponível oriunda de alguns oradores. A receita foi boa, a "refeição" muito agradável, vamos ver agora como corre a "digestão"! Isto é, vamos ver que efeitos práticos serão implementados em diversos sectores deste nicho de mercado, para melhorar o panorama do mergulho nos Açores.
Durante estes dois dias assisti a várias apresentações de intervenientes espanhóis sobre duas das reservas marinhas de maior sucesso no país vizinho. É assustador ver a organização dos espaços, a gestão, os ESTUDOS no terreno, a divulgação, e o retorno económico que estas áreas classificadas dão, comparado com a balbúrdia que temos nas nossas áreas marinhas classificadas, no Continente. Estamos com anos e anos de atraso. Mas pior que isto, é a nossa teimosia, ou a nossas tendência para "reeinventar a roda". Quero com isto dizer que, em vez de irmos aprender como se faz bem, optamos por fazer à nossa maneira (sem conhecimento do que existe), lentamente, sem fundamentos/argumentos sólidos, entre outros "azares"!. Resultado para criar um Parque Marinho em Portugal, só entre a assinatura no papel da figura jurídica até à implementação do plano de ordenamento no terreno, podem passar 8 anos. Quando se começa a pensar em afinar detalhes de uso do espaço classificado, passam mais 4-5 anos, enfim para se ver qualquer coisa neste domínio em Portugal são quase necessárias duas décadas. Na era das tecnologias de informação, da divulgação cientifica, das viagens para qualquer canto do mundo, não faz sentido ficarmos atrofiados e a olhar para o nosso umbigo.
Um dos bons exemplos de implementação e gestão de uma área marinha em Portugal, existe na Madeira - Reserva do Garajau. Mas quer o Parque Marinho Luiz Saldanha, quer a Reserva Natural das Berlengas (ambas no Continente), nem se quer esse modelo apadrinham.
No final da II Bienal o sentimento em várias dezenas de pessoas era quase o mesmo. Por vezes sabemos fazer bem, algumas vezes executamos em tempo útil. Mas a regra é fazer mal, ou o mínimo satisfatório necessário, e pior que isso, é levarmos uma "eternidade" a aplicar na prática as medidas necessárias.
Quero com isto dizer que normalmente não "apanhamos o comboio"!...


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