terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Golfinho pintado - Grande Bahama

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À popa do Gulf Stream Eagle deixo-me cair para dentro de água. A visibilidade ultrapassa os 25 metros e a temperatura ronda os 30º. O 1º contacto com animais ocêanicos é quase sempre o mais intenso e mais próximo. Apesar de tudo sei que neste caso os golfinhos pintados que passam pelo banco de areia a Norte da Grande Bahama são especiais, pois apesar de serem completamente selvagens, esta espécie em especifico e, nesta região do planeta, tem um comportamento verdadeiramente curioso e gratificante para o Homem.
Vários golfinhos aproximam-se do grupo de mergulhadores que pairam à superfície. Um destes animais traz uma alga pendurada no focinho. Esta "peça", que não é propriamente um objecto de adorno, não é mais do que um simbólico instrumento que serve para a interacção entre as duas espécies distintas que coabitam aquele espaço.
Encho os pulmões e desço no meio dos golfinhos. A roçar na areia, olho para a superfície e localizo os meus cúmplices. A alga castanha, que momentos antes era transportada no nariz do golfinho, é libertada na água para ser recuperada pela barbatana caudal. Estes jogos são mais um sinal de cortesia e de incentivo à "brincadeira". Quando me descreveram este comportamento pela primeira vez, pensei que nunca o iria ver ao vivo, que seria uma daquelas situações de documentários de vida selvagem que raramente se verifica no dia a dia.

3 comentários:

Joao Pedro Oliveira disse...

Ler este teu post é viajar no tempo e sentir-me denovo junto destes animais magníficos.
Lembro-me da cena. Lembro-me de agarrar, tambem eu, um pedaço de alga e um destes golfinhos pintados passar por mim, no fundo, e levá-la consigo no nariz.
Esta viagem superou tudo o que imaginara dela. Temos que voltar e levar os nossos filhos.

Susana Gomes da Costa disse...

Se eu tivesse que eleger "a" melhor recordação da minha vida... seria este momento :-)

garina do mar disse...

excelente! tanto a foto como a descrição do "momento"!!