sábado, 26 de setembro de 2009

Há berros na serra!



Setembro é o mês da peregrinação à Serra da Lousã para contemplar a brama dos veados. Este ano não fugi à regra e fui até ao centro do país para ver de perto tal fenómeno.
Quando cheguei ao alto da montanha na primeira tarde a desilusão é enorme. O movimento na serra é invulgar, carros por todos os lados, madeireiros a cortar árvores, torres eólicas espalhadas por tudo o que é cumeada, enfim uma barafunda. Depois das 18:00h comecei intensivamente a procurar por veados nas encostas da serra. Mas o saldo da pesquisa foi assustador e não subiu do número zero. Visitei alguns dos "melhores" locais, isto é sítios com condições muito especiais onde ao longo dos últimos seis anos estive cara a cara com grandes animais. Quase no derradeiro spot, encontro um macho com uma fêmea e uma cria. A observação foi boa mas muito fugaz. Nitidamente os animais andam mais assustados.
À noite e durante o jantar faço um balanço da 1ª volta pela serra. A movimentação de pessoas é muito grande, a velocidade a que os carros e os camiões circulam nas estradas de terra batida é uma anormalidade. Andam naqueles espaço como se estivessem em estradas de alcatrão.
Na manhã seguinte voltei ao topo da serra e às 7:30h já havia carros de apoio às eólicas a rolar para baixo e para cima pelos caminhos de maquedame. Ouvi os veados a berrar mas vislumbrá-los era quase impossível. Varri todas as encostas e cumeadas com os meus binóculos Steiner 10x40. E o sentimento foi desolador... Nada, nem uma mancha castanha no meio da urze e da carqueja, nem uma silhueta recortada no horizonte. Às 10:00h encontro outros fotógrafos conhecidos, tinham observado alguns animais, mas poucos e longe.
Duas "voltas" e zero de fotos, mas pior que isso, a população de vedados da serra está em profunda alteração...

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